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Estado se mantém como estado com mais áreas agropecuárias do País.

O Censo Agro foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística nesta quinta-feira (26) e revela uma agropecuária em expansão, moderna, tecnológica, produtiva, mas com muitas disparidades e sérios problemas infraestruturais.

O retrato de contrastes começa dentro da porteira. Enquanto a área destinada a agropecuária reduziu 5,9%, o número de estabelecimentos especializados no setor aumentou.

Atualmente são 762 mil negócios agropecuários em funcionamento na Bahia, segundo informações do Correio. Um crescimento tímido em relação a 2006, apenas 0,1%, mas significativo quando comparado com o restante do Brasil, onde houve redução de 2% no mesmo período.

Os dados do IBGE apontam que os estabelecimentos agropecuários ocupam 49,18% da área total da Bahia. Mas em outros estados este percentual é bem maior.

No Mato Grosso do Sul já chegou a 81,65%. No Rio Grande do Sul alcança 76,95% do território. Levando em consideração estas referências, a Bahia tem muito ainda a se expandir.

Os novos dados também revelam que o perfil das propriedades varia quando o foco é o tamanho. Assim como 0,9% dos estabelecimentos da Bahia tem 500 hectares ou mais. A maioria, 61,2%, tem menos de 10 hectares.

“Os dados indicam que nós temos perdido estabelecimentos com grandes áreas, e registrado um incremento em pequenas áreas. Ainda estamos analisando, mas hipóteses que tem sido levantadas envolvem possíveis reflexos das ações de reforma agrária, que gera novos pequenos estabelecimentos, apesar da área permanecer a mesma”, diz o Coordenador Operacional do Censo na Bahia, André Urpia.

Mulheres no comando – A participação feminina na direção dos estabelecimentos também cresceu. De acordo com o levantamento, no ano passado 25,6% das pessoas que administravam os estabelecimentos no setor eram mulheres. Em 2006, elas não representavam nem 18% das funções de comando.

A Bahia possui atualmente o segundo maior percentual de mulheres administrando estabelecimentos rurais no país, sendo ultrapassada apenas por Pernambuco, onde 27,2% dos produtores agropecuários são do sexo feminino.

“Não existe uma causa específica. O que a gente sabe é que o setor está refletindo algo que já ocorre em outros segmentos econômicos. As mulheres estão se empoderando e ocupando cada vez mais postos de comando. Em Feira de Santana, por exemplo, 55% dos estabelecimentos chefiados por mulheres”, afirma André Urpia.

A participação das mulheres na direção das unidades agropecuárias da Bahia ultrapassa ainda a média nacional que é de 18,7%. Mas não é um comportamento isolado. O crescimento da participação feminina acompanha o aumento registrado em todos os estados brasileiros.

Apenas em quatro municípios baianos, as mulheres representam menos de 10% dos produtores rurais: Jussari, Almadina, São José da Vitória e Gentio do Ouro.

Os homens ainda são maioria na administração das propriedades. Eles representam 74,4% dos produtores rurais do estado. Abaixo da média nacional, que é de 81,3% de pessoas do sexo masculino trabalhando no setor.

“Ainda estamos analisando este comportamento, mas a questão da idade pode estar influenciando. Mais de 36% dos administradores dos estabelecimentos tem mais de 60 anos. Depois desta idade, muitos deixam a função e as mulheres estão passando a ocupar este espaço”, afirma o Supervisor Estadual de Pesquisas do IBGE, Augusto Barreto.

Os dados do Censo estão sendo divulgados depois de 6 meses de coleta. Os números também revelam que 25% dos produtores rurais se declararam brancos e apenas 0,6% se declararam indígenas.

Notícias da Bahia

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