O pesadelo das chamadas

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– Foto: Reprodução | Agência Brasil

Prevaleceu o argumento favorável a empresas autoproclamadas idôneas, permitindo a revogação da obrigatoriedade do prefixo 0303 nas chamadas de telemarketing; no entanto, a decisão não representa “solucionática”, ao contrário, implica o retorno à problemática original em forma de enigma “decifra-me ou te devoro”.

Como proteger as pessoas e o mercado das ligações inoportunas se não há mais chance de saber tratar-se de procedência mercantil, portanto, o bloqueio imediato voltou a tornar-se impossibilidade para quem atende?

Qual a saída para rejeitar ataques virtuais de robôs-vendedores? Quem ou qual exército de instituições seria capaz de controlar tal estratégia cujo efeito, na maior parte das vezes, é negativo também para quem produz assédio?

Na encruzilhada de sentidos e direções, consideraram os gestores da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) um “erro moral” o fato de o “0303” incluir no mesmo balaio companhias respeitosas e agressivas.

Volta a valer a violência diária das ofertas do comércio virtual interrompendo as rotinas de trabalho, pessoal, hospitalar e múltiplos aspectos da vida privada dos usuários do sistema de telefonia móvel.

Não é ironia, muito menos farsa, embora difícil de acreditar, dada a desfaçatez da versão oficial: “o consumidor volta a ter a opção de atender ou não a uma ligação, sem prefixo 0303 indicar a proposta da chamada”.

Como o uso dos números anunciando o objetivo da ligação tornou-se voluntário, vamos verificar quantas empresas “idôneas” doravante vão entender o perfil invasivo, abusivo e mal-educado das telechamadas.

A Anatel tenta amortecer o impacto da queda moral no relacionamento entre cidadania e mercado, atropelado pelas novas tecnologias, mas talvez precise maior poder persuasivo ou de propaganda doutrinária.

É o caminho possível para fazer as pessoas aceitarem o Sistema de Origem Verificada, um método beirando a dimensão “mística”, pela necessidade de formar crença numa suposta autenticação.

Fonte: A Tarde

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