Bancários da Bahia estão em alerta após demissão em massa do Itaú: ‘Indignação’

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Funcionários do Itaú que trabalham em home office foram demitidos Crédito: Divulgação

A notícia de que o Itaú demitiu cerca de 1 mil funcionários que trabalhavam em regime remoto ou híbrido pegou os profissionais de surpresa. Os desligamentos foram justificados, segundo o banco, pela baixa produtividade no home office. A demissão em massa deixou bancários de todo o país em alerta. O clima é de indignação e receio, já que os funcionários não receberam advertências antes de serem demitidos. 

Os desligamentos desta semana aconteceram sobretudo no estado de São Paulo, mas a demissão em massa repercutiu em todo o Brasil. Na Bahia, a maioria dos bancários trabalha em regime presencial. Os funcionários em esquema home office estão ligados à área de investimentos do Itaú, de acordo com Luciana Dória, diretora da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, que não crava um número exato. Mesmo assim, o momento é de tensão. 

“As nossas negociações e acordos são nacionais, então, quando um sindicato é afetado, todos são atingidos. Existe uma parcela considerável dos funcionários do banco, que trabalha em home office, que ficou amedrontada com as demissões”, afirma Luciana Dória. Na terça-feira (9), a Comissão de Organização dos Empregados (COE) se reuniu com o banco e solicitou a revisão das dispensas. A empresa aceitou apenas avaliar o caso das pessoas adoecidas.

A diretora da Federação dos Bancários da Bahia ressalta que as demissões não foram comunicadas ao sindicato, o que vai de encontro ao entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o tema. “O STF, no Tema 638 de repercussão geral, estabelece a necessidade de participação sindical em casos de demissões em massa. Dessa forma, ao não manter qualquer diálogo com o movimento sindical bancário, a postura do Itaú revelou-se arbitrária e desrespeitosa à essa decisão constitucional”, diz Luciana Dória. 

O Itaú nega que tenha demitido em massa. “O Itaú Unibanco realizou hoje (segunda, 8) desligamentos decorrentes de uma revisão criteriosa de condutas relacionadas ao trabalho remoto e registro de jornada”, informou a empresa. O Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região afirma que cerca de 1 mil empregados foram demitidos, especialmente nos polos do Centro Tecnológico (CT), EIC e Faria Lima, na cidade de São Paulo. 

Funcionários do Itaú protestam conta fim de agência bancária em Salvador

Funcionários do Itaú protestam conta fim de agência bancária em Salvador em julho deste ano Crédito: Manoel Porto/Divulgação

O monitoramento do trabalho realizado pelos funcionários de suas casas é legal, desde que sejam utilizadas medidas transparentes. O controle da jornada de trabalho, por exemplo, pode ser feito através de ponto eletrônico. Para Luciana Dória, a questão da “produtividade” não é bem definida.

“Não houve qualquer tipo de advertência antes das demissões, o que provoca indignação entre os funcionários. O banco foi questionado sobre isso, e estamos aguardando mais esclarecimentos”, afirma a diretora. 

Fechamentos de agências 

Em julho deste ano, funcionários do banco Itaú em Salvador realizaram protestos contra o fechamento de três agências na capital baiana, localizadas nos bairros de Brotas, Cabula e Imbuí. Cerca de 73 mil correntistas precisaram ser transferidos por conta do encerramento das atividades das unidades. Só neste ano, o banco encerrou as atividades de 130 agências no país. Assim como outros que promovem fechamentos de unidades, o Itaú justifica a ação pelo aumento de serviços bancários feitos por canais digitais.

Fonte: Jornal Correio

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