Tradicional Guerra de Espadas pode passar a ser legal no Brasil

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Guerra de espadas Crédito: Reprodução

Neste mês, a cidade de Senhor do Bonfim (BA) sediou o Encontro de Saberes sobre a Guerra de Espadas, promovido pela Associação Cultural dos Espadeiros (ACESB) com apoio da Secretaria Municipal de Cultura e recursos do Programa Nacional Aldir Blanc (PNAB). O evento marcou uma virada histórica: depois de anos de proibição e repressão, espadeiros, autoridades e técnicos se reuniram para discutir a regulamentação da fabricação e da queima dos artefatos.

O encontro debateu os aspectos culturais, técnicos, econômicos, jurídicos e sociais da prática, tratando a manifestação como patrimônio identitário do povo bonfinense. O presidente da ACESB, Alex Barbosa, destacou o potencial econômico do setor, citando o modelo de Santo Antônio do Monte (MG), referência em pirotecnia no país. O técnico do SENAI/MG, Rodrigo Magela, confirmou a viabilidade da regulamentação, desde que haja controle de segurança e capacitação profissional. Já o promotor Felipe Pazzola, do Ministério Público da Bahia, defendeu a criação de uma norma federal específica que retire as espadas do enquadramento genérico de explosivos.

Periperi é palco mais uma vez da ‘guerra de espadas’ por Reprodução

O encontro contou com ampla presença popular e o apoio de instituições locais, além da participação de representantes da Polícia Civil, Polícia Militar, Prefeitura e Governo do Estado. Autoridades reconheceram o avanço do diálogo e destacaram que, pela primeira vez em oito anos, não houve prisões nem conflitos durante as celebrações de 23 de junho – reflexo da nova postura de cooperação. Durante a semana do evento, o SENAI/MG realizou consultoria técnica e iniciou estudos para implantação de uma fábrica de espadas no município. Também foi anunciada a criação da primeira cooperativa de produtores do país, passo decisivo para formalizar e regulamentar a atividade.

Com apoio do Ministério Público, das forças de segurança e de órgãos estaduais, o processo deve culminar na elaboração de normas e protocolos que conciliem tradição, segurança e legalidade. O movimento consolida Senhor do Bonfim como referência nacional na preservação e modernização de manifestações culturais populares.

Por: Flavia Azevedo

Fonte: Jornal Correio

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