Paulo Lima*
Quando pensamos em inovação no mercado corporativo, muitas vezes imaginamos processos complexos, investimentos altos e mudanças estruturais difíceis de aplicar. Isso acontece porque muitas organizações têm medo de ficar para trás na corrida pela modernização e acabam tentando acompanhar as grandes corporações e seus orçamentos robustos, deixando de lado o planejamento estratégico. Segundo a pesquisa Pulse Survey 2024, da PwC, 84% dos executivos afirmam que executar iniciativas com a velocidade necessária para se manterem competitivos é um desafio real, enquanto 42% apontam o custo de adoção de novas tecnologias como um obstáculo significativo. Esses dados mostram que, mesmo reconhecendo a importância da inovação, muitas empresas ainda esbarram em barreiras financeiras e operacionais que dificultam a obtenção de resultados concretos a curto prazo.
É importante compreender que o conceito de inovação está diretamente ligado à capacidade de gerar valor. Por isso, a implementação dessa estratégia precisa causar impacto real no cotidiano, e não apenas impressionar em apresentações. Não é necessário criar algo revolucionário, já que, muitas vezes, inovar é melhorar o que já existe – porém, com menos burocracia, mais foco no cliente e operações que fazem sentido para quem está na linha de frente.Publicidade
O ponto central é que a inovação pode (e deve) ser descomplicada para gerar impacto real. Para executar isso na prática, é preciso inicialmente definir se é realmente necessária a criação de uma nova solução, e os colaboradores, por estarem em contato direto com as operações diárias e conhecerem melhor o que funciona e o que precisa ser aprimorado, e consumidores, quem de fato vai consumir ou não os serviços, são as principais fontes de informações para esse processo. O objetivo é focar em mudanças que solucionem dores reais para fortalecer resultados, ao invés de investir em ideias mirabolantes. Dessa forma, as companhias aumentam as chances de identificar oportunidades de fato promissoras.
Outro aspecto essencial da cultura de inovação é valorizar o processo por completo e não focar apenas no resultado. Isso significa ter espaço para testar, errar e aprender. Tirar uma ideia do papel leva tempo, porque nem sempre o que foi idealizado é realmente produtivo. Sendo assim, deve ser incluída a etapa de criação de protótipos ou MVPs (Produto Mínimo Viável) que exigem baixo investimento e permitem avaliar se a solução traz os impactos imaginados. É nesse momento que as falhas são identificadas e ajustadas. Mas, para que o projeto não fique parado nessa fase, ele precisa ser assertivo e ágil, o que muitas empresas não conseguem fazer devido a burocratização interna, em que cada etapa deve ser validada por um líder diferente. Por isso, uma opção é se juntar a startups especializadas, que têm um fluxo de validação mais simples e rápido e já chegam com uma solução mais desenvolvida.
Nas discussões sobre inovação corporativa, a tecnologia surge como um dos pontos mais destacados. Com a rápida evolução dos últimos anos, ela passou a ser o centro de praticamente todas as operações, mas, se não usada corretamente, pode se tornar um entrave. Ferramentas complexas são mais difíceis de serem adaptadas ao cotidiano das equipes e, consequentemente, demoram mais para gerar resultados. Por outro lado, com as soluções certas, como computação em nuvem, inteligência artificial e automação, é possível liberar tempo e energia da equipe para o que realmente importa: pensar no futuro. Por isso, é melhor investir em tecnologias escaláveis e intuitivas, capazes de estimular a inovação em todos os níveis da organização.
Mas, não podemos esquecer que a jornada de inovação nas empresas é um caminho necessário para crescer no mercado e demanda coragem para testar, ouvir quem vive os desafios de perto e buscar parceiros que realmente viabilizem essa jornada.
* CEO da Skynova
“Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Hoje em Dia”.
Fonte: Hoje em Dia
