“Não estava mais me vendendo como artista e, sim, como um símbolo sexual. Nunca quis isso, aconteceu naturalmente. Mas também não me incomoda. De certa forma, até me ajudou a amadurecer. Não sou só esse corpo bonito de que falam. Quero minha música na boca do povo!”, pontua o baiano Léo Santana, que acaba de lançar seu novo EP, “Inovando”, disponível em todas as plataformas digitais.
Das sete faixas inéditas, “10 beijos de rua” tem pegada de sofrência. Ao contrário do que diz a letra, Léo avisa que nunca amargou uma dor de cotovelo, mas, acredite, já foi inseguro em relação às mulheres:
— Achava que não era capaz. Aí a autoestima foi se elevando, fui me cuidando, ficando menos feio e mais seguro.
Que o cantor segue agradando a gregos e troianos nos trios elétricos e redes sociais com postagens provocantes, não resta dúvida, mas ele ressalta a guinada que resolveu dar na carreira:
— Como eu era mais conhecido pelas danças e músicas de carnaval, e estava ficando rotulado, esse trabalho foi desafiador. Está mais sólido. E, eu, mais maduro. Me reinventei!
Hoje, são seis milhões de seguidores só no Instagram. Mas o sucesso não veio fácil. Com 11 anos, Léo vendia frango assado na praia. Trabalhou em supermercado, tenda de coquetéis, foi ajudante em salão de beleza. Aos 15, montou sua barbearia e deu os primeiros passos na cena musical. Parou de estudar na 8ª série para ajudar em casa. “Agora, ninguém da família trabalha mais!”.
Nessa caminhada, enfrentou preconceito. Nada que fragilizasse o Gigante.
— Tive um certo bloqueio de algumas praças e pessoas que não acreditaram, que diziam que era música de negro, de favela… Mas foram mais respostas positivas do que negativas. Corri atrás, sou persistente. Vivi altos e baixos, sim, mas continuo no mercado. Cheguei para ficar.