Em proposta de delação, Eduardo Cunha acusa José Carlos Araújo de extorsão

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O ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ), preso há três anos, atribuiu – em sua fracassada tentativa de fechar um acordo de delação na Lava Jato – irregularidades a cerca de 120 políticos e disse ter arrecadado R$ 270 milhões em um período de cinco anos para repartir com correligionários e aliados, sendo 70% via caixa dois.

A proposta de delação foi entregue a procuradores em meados de 2017, mas seus relatos foram considerados pelos investigadores superficiais demais, e não houve acordo.

Cunha narra em um capítulo supostas irregularidades e tentativas de extorsão (sem comprová-las) no seu processo no Conselho de Ética da Casa, iniciado em 2015 e que resultou em sua cassação, e afirma que o então chefe do colegiado José Carlos Araújo (PL-BA) cobrou pagamento para que ele escolhesse o relator. Segundo o ex-deputado, houve fraude no sorteio que definiria uma lista tríplice de onde seria escolhido, por Araújo, o relator.

Nos mais de cem capítulos de sua proposta de delação, Cunha dá sua versão para a formação de um grupo de dezenas de deputados que o elegeu para o comando da Casa em 2015 e descreve como angariou gradualmente influência dentro do então PMDB (hoje MDB), liderado por Michel Temer, que assumiria a Presidência da República em 2016.

Temer está entre um dos principais alvos dos relatos, assim como o ex-ministro Moreira Franco (MDB) e o ex-governador fluminense Anthony Garotinho (sem partido).

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