O corpo do cantor e compositor baiano João Gilberto foi sepultado na tarde desta segunda-feira (8), no Cemitério Parque da Colina, em Niteróio, no Rio de Janeiro. A família do artista tem um jazigo lá. Antes, o corpo foi velado no Theatro Municipal, na capital, com presença de fãs. João morreu no sábado, aos 88 anos, em casa. Nos últimos anos, ele estava com a saúde fragilizada, mas a causa exata da morte não foi divulgada.
O cantor foi enterrado rapidamente, em cerimônia de 10 minutos, seguida de aplausos dos amigos e familiares. Ele foi sepultado ao lado da irmã, Walcy Oliveira, que morreu em 2012.
A viúva do músico, a moçambicana Maria do Céus Harris, 55 anos, chegou para o velório por volta das 9h30. Ela ficou o tempo inteiro ao lado do caixão e pediu que os brasileiros escutem mais João Gilberto. A filha Bebel Gilberto chegou pouco antes de meio dia, acompanhada de amigos. A filha caçula, Luisa, compareceu levada pela mãe, a jornalista Claudia Faissol. O primogênito, João Marcelo, não compareceu à cerimônia. Ele está em processo de renovação de documentos nos EUA, onde mora, e não pode viajar agora, de acordo com o advogado. A partir das 10h, a cerimônia foi aberta para o público. O caixão estava aberto e tocava no teatro “Chega de Saudade”, maior sucesso da carreira de João Gilberto.
Houve uma cerimônia religiosa de meia hora, aberta por músicos e cantores da orquesta do teatro, com algumas canções como Bachianas Brasileiras n.4.
Famosos enviaram coroas de flores. Uma delas, da família Jobim, deixava “todo amor para o nosso gênio João”. Outra, da cantora Rita Lee, fazia uma homenagem ao “mestre dos mestres”.
A cantora Adriana Calcanhoto esteve no velório. “Se o João Gilberto não existisse, se não tivesse inventado aquela batida de violão, eu não existiria. Ele representa o Brasil no que existe de melhor”, afirmou, segundo o G1. A atriz Glória Pires também compareceu, mas não falou com a imprensa. A cantora Teresa Cristina estava no local. “Eu não sei se é um dia de luto, eu acho que seria um bom dia para a gente falar dele e da obra dele. Por exemplo, eu nunca assisti o João cantar na vida, eu até brincava com os meus amigos: nossa, acho que o João Gilberto não existe, porque eu nunca vi”.
O enterro teve presença de cerca de 50 pessoas – apesar de também ser aberto ao público, não contou com famosos e foi discreto.