Dois homens de bom senso

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Aristóteles Drummond*Neste momento de grande tensão na política nacional, com uma polarização que torna o país ingovernável, com um futuro incerto na economia como na política, e o conflito entre poderes, uma voz experiente, com sabedoria e bem testada, é uma verdadeira preciosidade.

É o caso do ex-presidente Michel Temer, que assumiu o comando da nação em momento igualmente delicado e, com sabedoria e habilidade, foi conciliador na política e reformista na gestão. As forças vivas da nacionalidade reconhecem a importância de algumas das reformas que obteve junto ao Congresso Nacional, onde atuou por muitos anos, tendo sido presidente da Câmara dos Deputados.Publicidade

Distante destes atores radicais que inflamam o debate político, é o representante do bom senso, que foi vítima de sórdida armadilha que afetou naquele momento sua popularidade e reconhecimento nacional. Passado o tempo, hoje é lembrado pelos inestimáveis serviços prestados e ainda pode e deve ajudar muito a virada de página desta situação caótica que vivemos.

Recolhido, empresta sua experiência em declarações, nada aspirando e, por tal, não se oferece. Mas certamente seria saudável para a democracia, a paz e o progresso do Brasil que fosse ouvido e chamado ao palco dos acontecimentos.Publicidade

Temos reservas de políticos bem testados, que se pode discordar aqui ou ali, mas não negar juízo e conhecimento da arte da política, que é tudo o que precisamos neste momento. E o ex-presidente José Sarney é outro expoente disponível, respeitado e lembrado pela maneira correta com que exerceu o mandato herdado do inacreditável fato histórico na hora da transição. O Brasil sobreviveu ao trauma graças a um temperamento cordial, já na época com mais de 40 anos de vida pública respeitada. Sarney consolidou a abertura do Presidente Figueiredo com os militares e não contra os militares.

Certamente estes homens não reúnem a unanimidade do pensamento nacional, e nem precisam. Basta que se tenha a percepção da gravidade do momento que vivemos e da contribuição que podem dar para uma solução feliz. Não é hora para cegueira ideológica ou idiossincrasias pessoais.

Um fato a ser pensado pela classe política e formadores de opinião. O momento pede grandeza, desprendimento e patriotismo.

*Jornalista

“Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Jornal Hoje em Dia”.

Fonte: Hoje em Dia

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